Uma investigação criada pelo Conselho dos Direitos Humanos da ONU revelou casos de tortura e violência sexual cometidos por membros do serviço secreto venezuelano. O relatório divulgado pela ONU, nesta terça-feira (20), detalha que estes crimes contra a humanidade são ações orquestradas pelo presidente Nicolás Maduro e outros membros de seu governo com o intuito de reprimir a oposição.

A missão encarregada de investigar crimes contra a humanidade cometidos pelo governo venezuelano foi formada em 2019. Em 2020, apresentou relatórios sobre prováveis crimes cometidos por Maduro e seus ministros.

Marta Valiñas, presidente da Missão Internacional Independente da ONU, disse em entrevista coletiva que as investigações e analises recentes “mostram que o Estado venezuelano usa os serviços de inteligência e seus agentes para reprimir a dissidência no país. Isso leva à prática de crimes graves e violações de direitos humanos, incluindo atos de tortura e violência sexual".

Os documentos da investigação concluem que agentes da Direção de Contra-Inteligência Militar (DGCIM) cometeram 122 casos envolvendo tortura, abuso e tratamento desumano. A missão também investigou por volta de 51 casos de tortura e maus tratos pelo Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin).