Soma de fatores históricos, sociais, políticos e econômicos
O Rio continua lindo, mas em crise com a violência
O Rio de Janeiro é um dos estados mais bonitos do Brasil, mas também um dos mais violentos. Grupos criminosos armados disputam o controle de territórios e atividades ilícitas, principalmente o tráfico de drogas e a exploração de serviços como transporte, gás, internet e TV a cabo. Esses grupos incluem as facções do tráfico, que surgiram nas décadas de 1970 e 1980 a partir de presos políticos que se aliaram a presos comuns nas penitenciárias do estado, e as milícias, formadas por policiais, ex-policiais e agentes públicos que atuam como paramilitares – inicialmente, esses grupos ofereciam serviços de segurança privada aos moradores, mas logo passaram a cobrar taxas abusivas e a praticar extorsões, ameaças e assassinatos.
Algumas facções se uniram para resistir ao avanço das milícias, enquanto outras se fragmentaram e se associaram aos paramilitares. Surgiram então as chamadas "narcomilícias", que combinam características das duas modalidades de crime organizado, e passaram a adotar táticas mais violentas e ostensivas, como ataques a ônibus e trens.
A violência no Rio de Janeiro tem impactos negativos em diversas dimensões da vida social. Ela afeta a saúde física e mental dos moradores, que sofrem com o medo, o estresse e o trauma causados pelos confrontos e pelas violações de direitos humanos, além de prejudicar a educação, a cultura e o lazer nas comunidades e desestimular a economia e o turismo.