Escritor Rubem Fonseca morre aos 94 anos

Texto: Thaynnah Bertoldi • Foto: Divulgação / Zeca Fonseca 16/ABR/2020 Cultura
Na tarde desta quarta-feira (15), perto da hora do almoço, Rubem Fonseca sofreu um infarto em seu apartamento, no Leblon. Faltando um mês para completar 95 anos, Rubem foi levado ao Hospital Samaritano, localizado em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, pela filha, escritora e roteirista Bia Corrêa do Lago, porém não resistiu.

Classificadas como “brutalistas” pelo crítico Alfredo Bosi, as obras do escritor eram marcadas por um estilo urbano, seco, erótico, sem artifícios e repleto de palavrões. Fonseca escreveu clássicos da literatura brasileira como “Feliz ano novo” e “O caso morel”, além das obras “Agosto”, “Mandrake”, “Lúcia McCartney", “A extorsão”, “A grande arte”, “O cobrador”, “Budo & Spallanzani”, “O homem do ano, “Stelinha” e “Tempo de amar”, que foram adaptadas para o cinema ou para a TV. O autor ganhou diversos prêmios, dentre eles o Camões, o principal da literatura em Língua Portuguesa, em 2003, e o Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras (ABL), em 2015.

O escritor, que com uma linguagem coloquial e direta renovou a literatura brasileira no século 20, continuava a produzir obras, em um ritmo menor, apesar da idade. Nos últimos dez anos, publicou seis livros: um romance, “José”, e cinco contos, "Axilas e outras histórias indecorosas", "Amálgama", "Histórias curtas", "Calibre 22" e o último a chegar nas livrarias, "Carne crua".