Presídio Ary Franco apresenta condições precárias

Texto: Thaynnah Bertoldi • Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil 14/MAIO/2020 Grande Méier
Localizado em Água Santa, na Zona Norte do Rio de Janeiro, o presídio Ary Franco tem a reputação de umas das piores prisões do RJ. “[Ary Franco] é sem dúvida alguma a pior unidade prisional do Rio de Janeiro”, comentou a pesquisadora Alexandra Sánchez, do Grupo de Pesquisa Saúde nas Prisões, da Fiocruz, em entrevista ao site Diário Carioca. Considerado como “desumano e degradante” pela ONU em 2011, devido a um ambiente subterrâneo com ventilação escassa, pouca luz e umidade alta, o presídio é um local favorável para o alastramento de doenças como a Covid-19. “Lá qualquer doença infectocontagiosa vai proliferar mais rapidamente pelas condições que são ainda piores que nas outras unidades”, completou a pesquisadora.

Composto por oito galerias, que são identificadas por letras, e dezenas de celas, das quais a maioria é subterrânea e acessível por corredores estreitos e um labirinto de escadas, a capacidade é de 968 presos. A contagem feita no dia 11 de maio, mostrou que o local abrigava mais de 1.700 pessoas, ultrapassando em 79% a capacidade de ocupação. A Defensoria Pública do Rio, especialistas de saúde carcerária e um funcionário do sistema prisional declararam à Agência Pública (agência de jornalismo investigativo) que a atual situação do presídio faz dele uma bomba-relógio, que ameaça um iminente colapso no sistema.