Mangueira faz crítica social em desfile

Texto: Thaynnah Bertoldi • Imagem: Divulgação / Facebook da GRES Mangueira 27/FEV/2020 Cultura
Com o enredo “A verdade vos fará livre (sic)”, a Estação Primeira de Mangueira marcou presença na Sapucaí no dia 23 de fevereiro. A escola de samba trouxe crítica social e uma releitura moderna da vida de Jesus como morador do morro da Mangueira, índio e mulher. A comissão de frente mostrou Jesus e seus discípulos nos dias de hoje "tomando uma dura" da polícia, frequentando o baile funk e tirando uma foto com um celular, enquanto está vestindo jeans e calçando All Star.

O desfile ainda contou com um Jesus negro, crucificado e baleado em um dos carros alegóricos, e Jesus como mulher negra, representada por Evelyn Bastos. “Se fôssemos ensinados desde pequenos que Jesus poderia ser uma mulher, será que estaríamos no topo do feminicídio?”, questionou a rainha de bateria em entrevista para a TV Globo, após desfilar.

"Favela, pega a visão / Não tem futuro sem partilha / Nem messias de arma na mão", dizia um dos trechos do samba-enredo da Mangueira. Em transmissão em uma de suas redes sociais, o presidente Bolsonaro (cujo nome do meio é Messias) fez críticas ao desfile da verde e rosa, falando que a escola estava desacatando as religiões e mencionando a primeira página do jornal Folha de S. Paulo, que contava com uma foto do desfile e "Mangueira usa imagens de Jesus para criticar Bolsonaro" como título..