Crise sanitária agrava desnivelamento social
Pandemia gera perda de aprendizagem
Com a suspensão das aulas presenciais devido à pandemia do novo coronavírus, os alunos tiveram prejuízos de aprendizagem. Os cálculos foram feitos de acordo com o Sistema de Avaliação de Educação Básica (Saeb), que a cada dois anos aplica testes para avaliar a aprendizagem de língua portuguesa e matemática e coleta informações sobre estudantes de redes públicas e privadas. Os dados expõem velhos problemas quanto ao desnivelamento de conhecimento nas classes sociais: os 20% mais pobres da população sofreram perdas de 50% a 87% do aprendizado de um ano normal.
Ainda no recorte por renda, a pesquisa “TIC Covid-19” ressalta que a maior parte (29%) dos alunos que não acompanharam aulas remotas é da classe D e E. Na classe B estão 20% e, na classe AB, 11%. Isso se deve porque é na primeira camada citada que se encontram os brasileiros que não dispõem de internet para acessar as aulas e atividades online. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), há 6 milhões de estudantes que não possuem acesso à Internet banda larga ou 3G/4G em casa.
Existe um outro fator revelado: 56% dos alunos que não estudaram na pandemia apontaram como motivo a busca por emprego. Muitas famílias enfrentaram problemas financeiros e muitos estudantes tiveram que largar as aulas para complementar a renda em casa.