Nomeação da discórdia
Possibilidade de filho de Bolsonaro assumir embaixada provoca reações
A intenção do presidente Jair Bolsonaro de indicar seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos gerou muitas críticas de diplomatas e ex-embaixadores. Políticos da oposição e até mesmo de partidos aliados ao governo falam em nepotismo. No café da manhã com os jornalistas, no final de julho, o presdiente disse que o motivo da indicação é política e com o filho na embaixada o Brasil pode se beneficiar dessa relação para negócios futuros com os americanos.
O jornalista Guga Chacra, da Globonews, afirmou que em governos democráticos não é costume a prática de indicar parentes: “Seria uma decisão inédita e sem precedentes em democracias a nomeação do filho de um chefe de Estado ou de um chefe de Governo para ser embaixador em Washington. O único caso anterior é da Arábia Saudita, que é uma ditadura, onde o rei Salman nomeou o filho dele, Khalid bin Salman para ser embaixador na capital americana”.
Um estudo técnico feito pelo jurídico do Senado para saber se é possível a nomeação e se não fere os trâmites legais apontou que o filho do presidente pode ser indicado. Mesmo sendo confirmado pelo pai, Eduardo ainda dependeria de uma sabatina feita pelo Senado para poder exercer o cargo na embaixada em Washington. Uma indicação para embaixador normalmente é feita após uma prévia consulta ("agrément") ao país de destino – nesse caso, já aceita pelo governo americano, conforme publicação do site G1.