Doce negócio
Crescimento de confeitarias marca o trabalho informal
A venda de bolos e brigadeiros tem tomado conta das ruas do Rio de Janeiro. Nos trens, salas de aula e carrinhos de mão, os doces estão em alta. Esse cenário é reflexo do crescimento do trabalho informal, que atualmente abrange 41,4% dos trabalhadores na ativa no Brasil.
Contornando a falta de emprego, a solução para muitos tem sido apostar na venda de doces para pagar as contas da casa. Devido à competitividade do ramo alimentício, os comerciantes têm apostado em opções mais sofisticadas e em nichos pouco explorados, mas com crescente procura do público. Entre eles estão as alternativas veganas e gourmet.
Apesar de o número de desempregados estar em queda gradual, o desemprego ainda afeta 11,6 milhões de brasileiros, cerca de 11% da população. O grupo mais atingido pela falta de oportunidades é o de mulheres de 25 a 39 anos. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) do IBGE do último trimestre de 2019.
Ainda que a confeitaria incremente a renda, o médio valor arrecadado por um trabalhador sem carteira assinada é cerca de R$750 menor do que a de um trabalhador empregado. Para o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, o trabalho informal “é uma situação no conjunto muito adversa, com uma penalização extrema para os trabalhadores, uma insegurança muito alta e uma falta de perspectiva para ter acesso a um posto de trabalho de qualidade”.