Os preços aumentam – e o prato diminui

Texto: Osvaldo Lopes Oliveira Silva • Foto: Pixabay 21/SET/2022 Economia
Para famílias de classe média e baixa, manter o tradicional arroz com feijão nos pratos tem se tornado cada vez mais difícil, sobretudo para aquelas mais carentes nas favelas e periferias do país. A disparada dos preços influencia tanto na quantidade quanto na qualidade dos produtos que vão à mesa. A substituição de alimentos tornou-se comum em alguns lares e até mesmo parou-se de consumir determinados itens.

“Na minha casa carne vermelha dificilmente entra, tem entrado pouco porque tenho um filho de três anos e preciso dar proteína para a criança. Até o arroz com feijão de todo dia mudou, preciso adaptar todo o cardápio para as compras durarem um pouco mais, vou no mercado e compro o que dá e não o que eu realmente quero ou preciso”, conta a auxiliar de limpeza Camila Perez, moradora do Vidigal, favela da Zona Sul do Rio de Janeiro.

São diversos fatores, políticos e econômicos, que encarecem a alimentação: a alta do dólar, como dizem os especialistas, a valorização de determinados produtos, e tudo isto faz com que os produtores priorizem a exportação em vez de manter seus produtos no mercado interno, o que gera inflação. O aumento dos combustíveis também contribui para a alta dos preços, pois faz parte do sistema de armazenagem e distribuição na cadeia alimentar.