Assédio e machismo marcam presença nas arquibancadas

Texto: Milena Costa • Foto: Divulgação / Lucila Frisone / Vasco.com.br 10/OUT/2019 Esportes
Poder ir ao estádio, incentivar o time, fazer parte de uma torcida organizada, tocar instrumentos ou até mesmo discutir sobre a partida são atos cada vez mais constantes entre o público feminino no Brasil. Entretanto, apesar de as mulheres terem conquistado seu espaço nas arquibancadas, o assédio e a cultura machista ainda são frequentes.

Raissa Queiroz sempre frequentou São Januário. Moradora da Zona Norte e única vascaína da família, a torcedora ama acompanhar o time, seja sozinha ou com amigos. E foi em um desses jogos que a cruzmaltina sofreu o primeiro ataque. “Eu estava entrando no estádio quando um homem atrás de mim na fila agarrou meu braço e tentou me beijar por duas vezes. Na época, eu fiquei tão assustada e não soube o que fazer. Infelizmente, ainda temos que passar por isso todos os dias porque eles não sabem ouvir 'não'”, relatou.

Atitudes como esta estão presentes dentro e fora do campo. Desde março, 45 vascaínas sofreram ataques em uma rede social após negarem sair com um torcedor. Identificado como Matheus, o suposto assediador foi reconhecido em jogo do sub 20 em São Januário do qual teve que ser retirado pela segurança. Após esse ato, as vítimas reuniram provas e entraram com uma ação na delegacia de crimes cibernéticos.