Crise coletiva brasileira
Futebol sem torcida gera déficit financeiro em clubes
Jogos com portões fechados estão gerando prejuízos milionários aos times da série A do Brasileirão 2020. Até a 5ª rodada do campeonato, as 20 equipes da elite somadas acumularam perda de R$ 3,35 milhões com a organização das partidas, segundo levantamento realizado pela consultoria de marketing esportivo Sports Value. Dentre as três instituições mais prejudicadas, o Flamengo lidera o ranking com dano de R$ 547 mil, seguido de Fluminense com R$ 378 mil e Palmeiras, com R$ 242 mil. Os gastos correspondem a aluguéis de estádio, taxas de arbitragem, testes para Covid-19 e exames antidoping.
Apesar de ocupar o 11º lugar com revés capital de R$ 107 mil, o Corinthians foi proporcionalmente o principal prejudicado, pois obtinha média de R$ 1,4 milhões de renda bruta por partida, a maior do Brasil. Dinheiro que, segundo o presidente Andrés Sanchez, era todo destinado para pagar as dívidas do clube com a Caixa Econômica Federal e Odebrecht, que somadas chegam a R$ 711 milhões, pela construção da "Arena Corinthians" em 2014, atual Neo Química Arena.
Dirigentes afirmam que é insustentável arcar com as despesas por 38 rodadas sem receita de bilheteria e ativação dos programas de sócio-torcedor. Os cartolas iniciaram articulação para que a presença de 30% da torcida seja liberada até novembro, início do segundo turno da competição.