Afrofuturismo: redescobrimento ancestral
Movimento evidencia protagonismo negro na ficção científica
No intuito de resgatar a identidade e a ancestralidade, misturando tecnologia e fantasia, o afrofuturismo surgiu nos anos de 1960, mas só ganhou visibilidade em meados da década de 1990, com o teórico Mark Dery. Atualmente marca presença em grandes performances, como na live do rapper norte-americano Travis Scott e em "Black is king", álbum visual recém-lançado da cantora Beyoncé.
No Brasil o movimento afrofuturista começou a ganhar visibilidade nos últimos 6 anos, com o lançamento do filme “Branco sai, preto fica”, de Adirley Queirós. Em 2016 o álbum "Afrofuturista", da cantora Ellen Oléria, trabalhou elementos tecnológicos unindo a origem
do samba com instrumentos eletrônicos. Já na literatura, o autor de ficção científica Fábio Kabral lançou livros como “O caçador cibernético da Rua Treze” e "A cientista guerreira do facão furioso".
Desde o início nos anos de 1960, o movimento afrofuturista esteve presente na música, moda, dança, literatura e nas artes visuais. E segue ganhando popularidade na arte e no meio acadêmico. O efeito do movimento vai além de ter o negro como autor, construindo o negro como protagonista. O afrofuturismo cresce como uma produção cultural de resgate de origens orientada para construir o lugar do negro no futuro.