Ritmos populares quebram barreiras dos festivais

Texto: Karina Oliveira • Imagem: Wirestock / Freepik 14/SET/2022 Cultura
Em 2017, o criador do Rock in Rio, Roberto Medina, em entrevista à Veja, comentou a ausência do funk no festival daquele ano. Cinco anos depois, o festival teve a edição repleta de artistas do gênero funk em destaque – e também de rap, hip-hop e trap, como MC Carol, Ludmilla, MC Poze do Rodo, Bielzin, Teto, Xamã, Brô MC's, Papatinho, L7nnon, Racionais, MC Hariel, PK, Don, Lexa e Juan. A primeira vez que o funk carioca teve destaque no palco mundo do Rock in Rio foi na apresentação da cantora Beyoncé em 2013, que dançou ao som do hit “Passinho do volante”. Entretanto, somente em 2017 os artistas que se valem exclusivamente do funk começaram a ganhar espaço no line up.

Essa virada de chave vem em decorrência dos grandes sucessos como “Vai malandra”, ”Bum Bum Tam Tam” e “Olha a explosão” terem quebrado barreiras e se tornado grandes hits globais. Após esse feito a procura pelo funk cresceu e artistas como Drake, Madonna, Tyga, Tove Lo e Cardi B buscaram fazer parcerias com os cantores brasileiros. O ritmo funk é historicamente marginalizado no Brasil e vem ganhando cada vez mais espaço em grandes festivais e até em premiações internacionais. Em 2016, a cantora Anitta, no festival Villa Mix, disse para o público: "Eu vou fazer o nosso funk carioca ser respeitado”. E cumpriu sua promessa ao se tornar a primeira brasileira a se apresentar na premiação VMA, com um medley de seus hits “Vai malandra”, "Bola rebola" e "Lobby".