Educação em tempos de pandemia
Aulas on-line geram dificuldades no corpo estudantil
O ensino a distância, sem dia e horário definido para aulas, já era aplicado em algumas universidades em todo o país antes da pandemia da Covid-19. Mas com o confinamento, este modelo de educação, juntamente com as aulas remotas ou síncronas, passou a ser adotado também pelas escolas particulares e a rede estadual de ensino. Como quase todas estas soluções dependem do uso de Internet, pais e estudantes começaram a relatar a dificuldade que enfrentam no acesso às plataformas on-line: muitos alunos não possuem um computador ou mesmo uma internet de qualidade para que possam acompanhar as aulas.
Do outro lado, contudo, professores também têm seus problemas. Pesquisa do Instituto Península realizada entre abril e maio com 7.734 mil professores de todo o país mostrou que 88% dos docentes nunca tinham dado aula de forma virtual antes da pandemia, e 83% não se sentiam preparados para fazê-lo. O que se viu nos meses seguintes foram professores com dificuldades em lidar com as plataformas on-line, ou em como tornar a aula remota o mais interessante possível.
Sem os recursos necessários e acostumados à rotina presencial das salas de aulas, muitos alunos sentiram-se desmotivados. É o caso de David Santos (15), morador de Belford Roxo, aluno da rede estadual do Rio de Janeiro, que só conseguiu assistir às aulas pois contou com ajuda de vizinhos que o deixaram usar a internet: “Eu pegava o celular e ia pra casa de um vizinho, mas às vezes eu não entendia nada, só ficava olhando pro celular. Quando tava na escola eu conseguia prestar mais atenção, e se fosse preciso a professora chamava atenção, do jeito que tá agora não aprendo nada”.