Silêncio no palco
Morre aos 98 anos a bailarina Alicia Alonso
Uma das bailarinas mais importantes do século XX morreu na tarde de 17 de outubro, por causa de uma doença cardiovascular, faltando apenas pouco mais de um mês para completar mais um aniversário. Além de bailarina, a cubana Alicia Alonso também era coreógrafa e fundou, junto com seu ex-marido Fernando Alonso, o Balé Alicia Alonso e anos mais tarde a Academia de Ballet Alicia Alonso. Até hoje ela é a única latino-americana a receber o título simbólico de "prima ballerina assoluta" (concedido aos mais excepcionais bailarinos).
Aos 23 anos, ela descobriu que tinha um descolamento na retina - e mesmo com as várias cirurgias que fez, o problema se agravou cada vez mais. Por causa dessas operações, passou quase um ano com os olhos enfaixados e proibida de rir, chorar e até de mexer a cabeça. Mesmo com essa dificuldade, os parceiros de dança a posicionavam no palco e ela dançava guiando-se pelas sombras e luz. Entre as interpretações mais famosas de sua carreira estão os balés "Giselle" e "Carmen".
Aos 74 anos, no ano de 1995, ela "pendurou as sapatilhas" e passou a dedicar-se apenas à academia que fundou. Passava horas fazendo as alunas repetirem os movimentos, sempre buscando a perfeição, motivo pelo qual a companhia que fundou tem um grande peso no cenário artístico mundial. Em 2002, aceitou convite da Unesco para ser embaixadora da Boa Vontade na promoção de balé, patrimônio cultural imaterial da humanidade.