Lutando para sobreviver
Afegã tem olhos arrancados por trabalhar
Na última semana uma afegã teve os olhos arrancados durante um ataque, após o próprio pai denunciá-la ao Talibã. O motivo foi por Khatera (sobrenome não revelado), 33 anos, estar trabalhando. A mulher fazia parte da polícia de Ghazni (Afeganistão) havia três meses, tinha planos e estava vivendo o sonho de ser independente da família. A última coisa que pôde ver foram os extremistas que cometeram essa crueldade.
O Talibã nega o envolvimento. O movimento fundamentalista islâmico que se converteu em grupo político e hoje é considerado organização terrorista por vários países possui códigos de leis que ditam o comportamento das mulheres. Não se trata apenas do que vestir, mas da liberdade individual daquelas que vivem em países onde o Talibã está instalado. Elas não possuem o direito de andarem sozinhas, só podem sair acompanhadas de "mahram", um homem com grau de parentesco – pai, avô, irmão, tio.
Khatera e os cinco filhos estão em um lugar confidencial. Ela relatou à agência Reuters o medo que sente e como se assusta ao ouvir o barulho de uma moto, veículo que os agressores usavam. O pai foi preso sob a acusação de ter passado informações sobre o local de trabalho da filha. Estima-se que hoje cerca de 90% das afegãs sofrem violência doméstica – além de maridos, irmãos e sogras também possuem permissão para agredi-las, e elas não possuem o direito de escolherem com quem irão se casar.