Violência doméstica cresce durante a quarentena

Texto: Gabrielle Nascimento • Foto: Divulgação / Flickr Embaixada Britânica 4/SET/20 Segurança Pública
Em meio à pandemia, o isolamento físico tem sido uma forma de proteção contra o novo coronavírus. Além do medo de se contaminar com o vírus, muitas mulheres e crianças enfrentam a falta de segurança de estar em casa, pois estão no mesmo ambiente que o agressor. De acordo com um levantamento feito pelo Tribunal de Justiça Estadual (TJRJ), o número de casos cresceu cerca de 50% a partir de março, quando começou a recomendação da quarentena.

Muitos abusadores usam o fato de estarem a maior parte do tempo em casa como forma de controle físico, financeiro e emocional, o que leva as vítimas a não denunciar as agressões devido ao medo e insegurança. A subnotificação de casos é um fator preocupante, pois segundo dados do Fórum Nacional de Segurança Pública, realizada de março a abril deste ano, houve redução do número de registros oficiais de caso de lesão corporal dolosa: 29,1% no Ceará, 28,6% no Acre, 21,9% em Mato Grosso, 13,2 no Pará e 9,4% no Rio Grande do Sul e 8,9% em São Paulo. Ainda segundo a mesma pesquisa, houve alta média de 22% nos casos de feminicídio.

Como medida para conter a violência e o feminicídio, o Governo Federal lançou o aplicativo “Direitos Humanos BR”. No Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Distrito Federal foi disponibilizado o registro online de violência doméstica. Além disso, segue disponível a Central de Atendimento à Mulher 24h através do Ligue 100 e do Disque 180.