Assassinatos de transexuais e travestis crescem 70%

Texto: Caroline Freitas • Foto: Divulgação / Antra 18/SET/2020 Segurança Pública
Segundo boletim disponibilizado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), no período entre 1 de janeiro a 31 de agosto deste ano 129 pessoas mulheres transexuais e travestis foram assassinadas no Brasil – de acordo com a publicação, em 2019 ocorreram 124 homicídios deste tipo durante o ano todo. Os dados informam que nos oito primeiros meses deste ano houve aumento de 70% em relação ao número do mesmo período do ano anterior. Ainda segundo o boletim, todas as vítimas expressavam o gênero feminino, sendo a maioria delas negra e de baixa condição financeira.

No comunicado, a Antra afirmou que os cinco estados com mais registros de assassinatos de pessoas trans e travestis foram São Paulo (19), Bahia (16), Minas Gerais (16), Ceará (15) e Rio de Janeiro (7). O principal motivo que provocou o aumento dos casos de assassinatos neste ano foi o surgimento da pandemia do novo coronavírus, já que as pessoas precisam ficar em quarentena junto de seus agressores e familiares que optam por serem intolerantes. Outro aspecto que provocou esse cenário é que grande parte deste conjunto da população brasileira não conseguiu acesso às políticas emergenciais disponibilizadas pelo Estado. Em consequência da instabilidade histórica de suas vidas e por não ter outra opção de emprego, optou pelo trabalho sexual nas ruas, expondo-se ao vírus e, consequentemente, à violência.