Chuva deixa rastros de destruição
Crivella responsabiliza população pelas enchentes
A forte chuva que atingiu o Rio de Janeiro, na noite de 29 de fevereiro, deixou cinco pessoas mortas, cerca de 5 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas e vias alagadas em diversas regiões da capital e em cidades da Região Metropolitana, principalmente em Mesquita, na Baixada Fluminense. O prefeito Marcelo Crivella (PRB) foi a Realengo, uma das regiões mais atingidas, para conferir os estragos provocados pela chuva e afirmou em entrevista que "a culpa é de grande parte da população, que joga lixo nos rios frequentemente". Após esta fala, um morador jogou lama no prefeito.
No domingo (1° de março), durante uma reunião no Centro de Operações Rio, o prefeito declarou também que cariocas optam por morar em áreas consideradas de risco para "se verem livres dos esgotos" e gastarem "menos tubos para colocar cocô e xixi". “Moro aqui há 20 anos e isto nunca aconteceu. A Prefeitura veio aqui para fazer a drenagem e apenas asfaltaram (sic) a rua”, afirmou Keisse Pereira, moradora de Realengo, que foi afetada pela chuva.
Um levantamento feito pelo vereador Tarcísio Motta (Psol) com base em dados do Sistema de Contabilidade e Execução Orçamentária revelou que Crivella não fez investimentos em 2020 para a manutenção do sistema de drenagem. O mesmo aconteceu em 2019 – em abril do ano passado, dez pessoas morreram devido a enchentes.